Médico do Centro Integrado de Oncologia de Foz do Iguaçu (Ciop)
Formado pela Universidade Federal de Santa Catarina em 1988.
Registro no Conselho Regional de Medicina na especialidade de Hemoterapia e Hematologia.
Residência médica em Hematologia e Hemoterapia no Hospital de Clínicas de Porto Alegre realizado no período de 21/12/1988 a 21/12/1991.
Foz tem 50 novos casos de câncer por mês
Todos os meses, pelo menos 50 novos pacientes recebem o diagnóstico positivo para câncer em Foz do Iguaçu. A informação foi repassada pelo médico hematologista e hemoterapeuta Telismar Antônio Gewehr, que é o diretor do Departamento de Quimioterapia do Centro de Oncologia do Hospital Ministro Costa Cavalcanti (HMCC).
Segundo ele, são registrados na cidade os mais diversos tipos de tumores, incluindo até mesmo casos raros. Esta semana, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) divulgou um estudo sobre o panorama da doença no país. Entre os dados, constava, por exemplo, que o câncer de pele é o mais comum tanto entre homens quanto entre mulheres. Na população feminina, o segundo tipo mais comum de câncer é o de mama; entre os homens, a próstata é a mais afetada.
De acordo com Gewehr, "em relação à incidência de câncer, nós temos mais ou menos a mesma apontada por essas estatísticas. E aqui aparecem todos os tumores, desde os mais comuns até os mais raros". Em Foz do Iguaçu, o local de referência para tratamento do câncer é o Centro de Oncologia do HMCC, que atende, além da população iguaçuense, pessoas vindas de toda a região — incluindo do Paraguai e da Argentina.
Somente no mês de outubro, foram realizadas 1.720 consultas no Centro de Oncologia. Já os atendimentos para tratamento — aqueles pacientes que passam por quimioterapia, radioterapia ou outras formas — foram 740 no mesmo mês. Do total de pessoas que se consultam ou se tratam no local, 90% são atendidas por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), segundo as estatísticas.
Referência
O Centro de Oncologia do HMCC começou suas atividades em 2001 e foi modernizado e aprimorado ao longo dos anos. "Foi o primeiro local de atendimento na região. E esse Centro de Oncologia, do qual eu participei desde o seu início, cresceu bastante. Temos muitos pacientes. Antes não tinha centro de oncologia, e o pessoal ia para fora se tratar", lembrou Gewehr.
O centro funciona em um bloco separado do hospital e possui até mesmo enfermaria própria. São 35 leitos à disposição dos pacientes oncológicos, dos quais 30 são convencionais e cinco, para isolamento.
O atendimento prestado pelo SUS, que compõe a maioria absoluta, na visão do médico, é exemplar. "O nosso SUS ali tem um atendimento excelente. O que Hospital Costa Cavalcanti oferece para os pacientes do SUS não perde para ninguém. O SUS daqui funciona que é uma beleza. Se em todos os lugares fosse assim, estava bom", avaliou.
Para Gewehr, "também não podemos esquecer todo o apoio que o hospital teve da Itaipu, tanto na compra de máquinas, na construção, de todo esse tempo. A intenção do hospital é de atender bem os pacientes do SUS, e eles são bem atendidos".
Tratamentos
Conforme destacou o médico, "quando se fala em tratamento de câncer, fala-se basicamente de cirurgia, quimioterapia e radioterapia. Mas também existem casos em que o tratamento é à base de hormônios ou por imunoterapia". Ocorre que cada tumor tem um tipo de tratamento, dependendo do quanto a doença já evoluiu, e até mesmo dependendo da pessoa. "Inclusive, o mesmo tumor em pessoas diferentes às vezes o tratamento também é diferente, baseado na apresentação dele. Quando se faz um diagnóstico precoce, o tratamento é bem diferente daquele que se fez um diagnóstico de um tumor mais avançado."
Para avaliar o grau da doença, os médicos usam um termo chamado estadiamento, que consiste no diagnóstico da quantidade de doença que o paciente tem. "Nós podemos dividir, na grande maioria dos tumores, o estadio clínico 1, 2, 3 e 4. O 1 é quando está bem no início, e 4 é quando está espalhado, que a gente fala das metástases. Isso funciona para a maioria dos tumores", resumiu.
Já a cirurgia pode ser para retirar o tumor, ou simplesmente para diagnóstico. "A quimioterapia pode ser adjuvante [complementar], em que se obtém melhores resultados que só fazendo a cirurgia. Ou pode ser só para controlar a doença, ou para fazer uma paliação da doença, para evitar a metástase. Tem vários tipos. E existem as quimioterapias curativas também."
Além disso, uma grande parte dos pacientes faz radioterapia, que é a emissão de raios, num aparelho específico. "Tem muitos tipos de câncer que são sensíveis a tratamento hormonal. Próstata, mama, endométrio são os exemplos mais clássicos. E tem alguns tipos de tratamento que são imunoterapia — por exemplo, um melanoma, que é um câncer de pele agressivo."
Depois da cura, faz-se o controle mais rigoroso da doença durante cinco anos. "Existe uma regra geral na oncologia de que se o paciente, depois de cinco anos do término do tratamento, ele não apresentou mais nenhum sinal de doença, teoricamente ele está curado — existem exceções, mas na maioria dos casos é assim", revelou.
Prevenção
De acordo com o médico, existem tipos de tumores cuja prevenção já é bem definida, como o câncer de próstata, do colo do útero, câncer de mama, e outros. "O paciente, além de se conhecer, tem que fazer consultas de rotina, mesmo que não esteja sentindo nada, ir ao médico de vez em quando, fazer exames. A pessoa precisa se conhecer, assim como conhecer a sua propensão genética familiar", destacou Gewehr.
Por Mayara Godoy, GI.
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